"Não se atenha a essas rupturas que o marcam por um tempo, de preferência imagine o que virá, entregue-se a esta mulher do futuro, diga-lhe, espere-a, fale-lhe quando estiver sozinho na estrada ou na floresta, rode, à noite, na perimetral, dez, vinte vezes, com os vidros abertos, murmure, urre, invente-lhe palavras de amor, conte-lhe do vermelho dos flamboyants, fale-lhe ainda do seu corpo, dos filhos que pretende lhe dar, do perfume e dos recantos da sua pele, da ponta dos seus seios ou, ainda, dos charutos Rey del Mundo dos quais o senhor tanto gosta. O universo é uma caixa de ressonância: em Tóquio, Argel, Seattle, Dublin, no coração de um oásis, ela perceberá esses cacos de vento que lhe envia carregados de desejo. Acostume-se com isso, na minha presença, sozinho no metrô ou no meio da noite, diga palavras que lhe parecerão inúteis, mas inseminarão o planeta com um amor inesperado".
O próximo amor.