sábado, 20 de novembro de 2010

pequenos fragmentos de sabedoria literária - 2

"Não se atenha a essas rupturas que o marcam por um tempo, de preferência imagine o que virá, entregue-se a esta mulher do futuro, diga-lhe, espere-a, fale-lhe quando estiver sozinho na estrada ou na floresta, rode, à noite, na perimetral, dez, vinte vezes, com os vidros abertos, murmure, urre, invente-lhe palavras de amor, conte-lhe do vermelho dos flamboyants, fale-lhe ainda do seu corpo, dos filhos que pretende lhe dar, do perfume e dos recantos da sua pele, da ponta dos seus seios ou, ainda, dos charutos Rey del Mundo dos quais o senhor tanto gosta. O universo é uma caixa de ressonância: em Tóquio, Argel, Seattle, Dublin, no coração de um oásis, ela perceberá esses cacos de vento que lhe envia carregados de desejo. Acostume-se com isso, na minha presença, sozinho no metrô ou no meio da noite, diga palavras que lhe parecerão inúteis, mas inseminarão o planeta com um amor inesperado".

 O próximo amor.

sábado, 13 de novembro de 2010

pequenos fragmentos de sabedoria literária

"Há alguma coisa nisso que me escapa, algo ligado à ressonância do universo, ao sagrado, ao meu nascimento, algo para além do meu entendimento, algo que rejeito, mas me fascina, me torna vulnerável, pois também sinto muito prazer em contemplar até onde pode me levar essa inclinação, que eu não conhecia, para o desastre".

o próximo amor - yves simon

terça-feira, 21 de setembro de 2010

aviso: esse não é um post bonito nem engraçadinho...

... se você quiser continuar a ler, é problema seu.

eu pensei muito sabe, se eu deveria falar sobre isso aqui no blog. mas, como só 3 pessoas lêem issaqui e essas pessoas provavelmente são muito próximas a mim, fica decidido assim.

minha "única" tia faleceu no ultimo domingo, 19 de setembro. "única" entre aspas, porque tenho outra que não considero tia, sequer parente. mas falo disso em outra ocasião.

pois bem, minha única tia faleceu. teve um infarto (infarte? foda-se) e morreu domingo pela manhã, assim, dormindo, como um passarinho. logo ela, sempre tão alegre, tão cheia de vida. repentinamente, sem tempo de se despedir de ninguém. e eu estava prestes a visitá-la. podia dizer o quanto a amava. o quanto a pizza dela era deliciosa. o quanto eu gostava de ouvir a risada dela.

a gente é tão pequeno, cara. a vida é um fiozinho de teia de aranha, sabe? porque a gente pode morrer de tantas formas e a todo segundo, que você estar respirando nesse segundo e lendo essa porcaria que to escrevendo é um milagre. porque há alguém, nesse momento no mundo, que está morrendo. e poderia muito bem ser você. nesse minuto, uma pessoa perde a sua mãe, sua esposa, seu irmão (ã), um amigo. e não há nada, absolutamente nada, que impeça que não seja você essa pessoa - a não ser um milagre constante com o qual a gente é presenteado cada vez que nosso coração bate. entende?

morrer é muito mais fácil que viver.

vamos todos ficar bem, eu sei disso. Deus, ou sei lá no que você acredita (mesmo que não acredite em nada) continua nos presentando com esses pequenos milagres diários, pra gente ficar bem e aproveitar. temos todo o direito de sofrer, mas não de questionar os desígnios dele.

é isso. abrace mais quem você ama, beije mais, diga "eu te amo". não é clichê - você pode não ter outra oportunidade de dizer isso...

oh meu Pai do céu, limpe tudo aí,
vai chegar a rainha, precisando dormir,
quando ela chegar, tu me faça um favor
dê um banto a ela que ela me benze aonde eu for...

terça-feira, 31 de agosto de 2010

colação de grau - parte final


e finalmente, depois de taaantos contratempos que se estenderam muito além do que eu escrevi nesse post aqui, finalmente amanhã colo grau. sem festa, sem chapéu e beca, sem vestidos bonitos e mulheres maquiadas. numa salinha qualquer da prograd.

mas não reclamo, poderia ser pior - eu poderia estar correndo atrás das famigeradas equivalências de matéria no meu histórico até hoje. mas não queria que fosse assim, sem amigos, sem risadas, sem nada.

na próxima eu comemoro como se deve: quando eu defender minha dessertação de mestrado vou beber até morrer.

fim.

 -ai que alegria. to radiante!

quinta-feira, 17 de junho de 2010

sobre o ir e vir

e a gente percebe que está longe o suficiente quando o coração dói por não conseguir fazer uma ligação.no meio da tarde. e andar por uma rua com centenas de pessoas com seus passos apressados e seus trajes de frio, em meio a construções antigas e bem conservadas, por um instante faz o pensamento viajar e me sinto num filme, exatamente do jeito que eu gosto. 

mas a saudade anda me maltratando de uma forma que eu nunca imaginei. daí dou mais um gole no café que também aquece o peito nessas terras frias. e tanta gente passa, e seus olhares são, ora distantes, ora compenetrados. e cada um tem sua dor, claro. ou, como diria marisa, "a dor é de quem tem". tento me agarrar à máxima de que os fins justificam os meios - ou seja, todo o esforço compensa o resultado final.

e eu queria um abraço. daqueles que a gente pode sentir o calor do outro. e chorar no ombro. porque estou cansado de segurar e ter que fazer cara bonita quando me cobram 50 reais para que eu possa participar de um processo seletivo e concorrer a uma vaga no mercado de trabalho.

aliás, já disse que eu acho o abraço uma das coisas mais lindas que existem no mundo?



quarta-feira, 16 de junho de 2010

e eu absolutamente não sou isso que você vê e pensa que descobriu em cinco minutos de conversa, beibe. há tanto de mim que ninguém conhece.. tanta dúvida, tanta insegurança - claro, tudo temperado com bom humor pra criar um disfarce bonito e capaz de despertar algumas risadinhas despretensiosas. mas é que eu aprendi que ninguém passa a mão na sua cabeça e tem dó quando você está chorando. aproveitam que você está abaixado e passam por cima. mais perto do chão, menor o impacto da queda.

e sem drama dessa vez, porque bancar a drama queen não combina comigo mais. eu vim porque quis ver e vencer. agora vamos assumir os riscos, não é verdade? engolir seco o choro, a saudade. não poder estar junto na sua festinha de aniversário de 5 anos. e ser fodido o suficiente pra não poder ligar, porque não se está em condições de gastar com interurbano, ainda mais pra celular. por que todas as pessoas do mundo não migram pra essa operadorazinha safada que faz ligações a 0,25? tudo bem que a chamada cai de 5 em 5 segundos, mas quando engrena, é uma beleza.

então é isso, amor maior da minha vida. feliz 5 anos pra você. que a sua vida seja linda. e aproveite a sua inocência, porque este é o maior presente que Deus dá para os homens.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

vida em porto alegre

então, ontem peguei um avião e me mudei para porto alegre, com mala e cuia. por pouco não paguei excesso de bagagem, mas minha falta de noção de peso acertou direitinho o peso. saí de vitória as 13h30, vôo pontual, e tive meu nome chamado no aeroporto, tudo porque eu queria ficar um pouquinho mais com mamãe, que deixei com lágrimas nos olhos quando adentrei a sala de embarque. a conexão em congonhas foi ótima, e, milagrosamente, o vôo saiu para porto alegre na hora prevista - e meu portão de embarque foi alterado somente uma vez!

imagine meu choque térmico: saio de vitória com um calor duzinfernos, e chego em poa nesse gelo. tempo chuvoso, vento frio e muitos casacos necessários. vim pra casa de lara, minha anfitriã em solo gaúcho, e sobe escada com malas pesadíssimas. mas havia chegado, são e salvo.

hoje, acordei pela manhã decidido a sair pelos arredores em busca de um chip de celular com um número local.  coloquei dois casacos, cachecol, tudo isso numa temperatura de 12ºC - o que nem é uma temperatura baixíssima, mas pra quem não está acostumado, o vento frio corta pele do rosto e faz a boca rachar instantaneamente, o que me fez comprar um protetor labial. e andei. andei. andei. rodei as principais ruas do moinhos de vento, bairro nobre de porto alegre, em vão. não consegui achar um mísero boteco que vendesse o chip da operadora desejada, aquela mesmo que faz ddd a 0,25 cents, porque eu sou pobre e tenho pessoas queridas em outro estado. aproveitei que estava por lá mesmo e dei um passeio no parque moinhos de vento, ou parcão, que é super charmoso.

moinho do parcão

a vantagem desse frio todo é que eu passei no supermercado lá do moinhos (aliás, existe um zaffari a cada esquina de porto alegre, praticamente um monopólio!), comprei uma lasanha congelada e uma coca cola em temperatura ambiente. cheguei em casa com a lasanha intacta, e a latinha de refrigerante mais gelada do que quando eu tinha comprado. deve ter uma boa utilidade também para a cerveja, já que não esquenta nunca. mas se bem que beber cerveja nesse frio não deve ser uma boa idéia.

por fim, à tarde meu amigo diego (um querido!) me pegou aqui de carro e finalmente consegui comprar meu número local. tudo bem que o número é uma merda e parece que os dígitos foram escolhidos aleatoriamente, mas ok. tenho boa memória (mentira!) e decoro rápido. enquanto isso, ele se encontra na tela inicial do aparelho. rs.

a cidade é linda nesse frio. pessoas elegantes, bem vestidas, casacos chiquérrimos desfilando pelas ruas da cidade. senhoras de cachecol e boinas. senhores de sobretudo. e cinza. muito cinza. poa adquire um toque europeu. chiquérrimo.

terça-feira, 11 de maio de 2010

você percebe que está ficando velho quando...

... você vai descer do ônibus e uma alguém numa "manada" (sim, manada, eles se comportam assim) de adolescentes grita: "dá licença aí que o 'tiozinho' quer descer!".

tiozinho é melkoo em chamas!

sexta-feira, 7 de maio de 2010

sobre a necessidade de mudar


eu sempre fui uma pessoa que se entedia muito facilmente. com situações, pessoas, lugares, empregos. talvez porque nunca soube com certeza o que eu queria. então, ia tentando pra ver qual era. e via que não gostava. ou começava não gostando e ia me acostumando com o passar do tempo. mas sempre senti uma necessidade muito grande de mudar. me reinventar. tentar o novo.
nunca tive medo. arrisquei quando todos me diziam que não valia a pena. ou o contrário - já deixei passar oportunidades que para muitos poderiam parecer imperdíveis. mas não a mim. 

e com isso minha vontade de conhecer, de descobrir, de engolir o mundo, de aproveitar até a última gota foi se formando. tenho sede. sede de ver, de aprender, aquela curiosidade de ver o que tem do outro lado, de cruzar as fronteiras. de pagar pra ver. acho, inclusive, que até minhas decisões profissionais (a carreira acadêmica) foram formadas por esse meu impulso. é a curiosidade que me move. 

entretanto, não há como negar que eu acabo pagando um preço muito alto por isso. e, principalmente, para que eu seja capaz de saciar essa minha ânsia, muitas vezes eu tenho que deixar pessoas queridas para tras. Amigos, família, amores. Mas tudo fica com a certeza de que se está lá. Não se perde, apenas se mantêm distante um pouco.

e é exatamente isso que estou prestes a fazer, daqui a 10 dias. com minha mudança de cidade, muita coisa está ficando. meus amigos, que mesmo loucos, são o que me fazem continuar uma pessoa "sã", me divertindo com as loucuras do dia-a-dia, em meio a alguns copos de cerveja. minha mãe, que é quem faz tudo valer a pena. você, que é uma das pessoas mais incríveis que eu já conheci em toda a minha vida. 

não nego que o friozinho na barriga se faz presente. receio de não ser exatamente do jeito que eu esperava, de as coisas não saírem conforme planejado. but, that's the chance i gotta take. e me lembra uma música do keane - aliás, banda que gosto muito, chamada "can't stop now"".

i can't stop now
i've got troubles of my own
'cause in short on time
i'm lonely and i'm
too tired to talk
back home
i've got troubles of my own
and i can't slow down
for no one in town
and i can't stop now...
e melhor que ir, é saber que você tem pra onde voltar.



terça-feira, 4 de maio de 2010

on the radio

This is how it works
You're young until you're not
You love until you don't
You try until you can't
You laugh until you cry
You cry until you laugh
And everyone must breathe
Until their dying breath
No, this is how it works
You peer inside yourself
You take the things you like
And try to love the things you took
And then you take that love you made
And stick it into some
Someone else's heart
Pumping someone else's blood
And walking arm in arm
You hope it don't get harmed
But even if it does
You'll just do it all again
(On the Radio - Regina Spektor)

segunda-feira, 3 de maio de 2010

retiro

e desde quinta feira eu estou em pacatolândia, onde minha irmã se esconde mora. e assim, como boa cidade do interior, tem muitas coisas pra se fazer por aqui, por exemplo, anotar os horários que o transporte que te leva à civilização mais próxima (detalhe: 2 horas) passa, quantos bois atravessam o pasto enquanto você olha da janela, essas coisas ótimas para uma pessoa ansiosa e desesperada como eu fazer.

saca só a vista que eu tenho da janela do quarto:


além disso, estou desesperadamente precisando de um bono de chocolate, mas o mercado mais próximo fica a uns 15 minutos de caminhada. e um cigarro - desde quinta feira eu não fumo. sinto falta da poluição, de respirar aquela fumaça preta repleta de monóxido de carbono que sai dos ônibus, sabe?

assim, o que salva é que, TCHARÃÃÃN, há internet nesse fim de mundo e eu pelo menos me sinto em contato com o restante da população mundial que nesse momento leva uma vida super agitada.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

sobre o que se pensa quando se é jovem demais


então vamos falar de prazos. prazos que na maioria das vezes não são cumpridos.

não falo de prazos pra entrega de trabalhos, ou dos milhões de artigos que devem ser escritos. falo de prazos de vida. aqueles planos que fazemos quando temos 20 anos, pra quando tivermos 30.

uma vez eu realmente acreditei que aos 30 eu estaria muito bem empregado, com um carrão importado na garagem e dinheiro pra dar e emprestar. vã ilusao de quem entra na faculdade cedo. parêntesis: não se deveria entrar na faculdade cedo. a possibilidade de erros serem cometidos é imensa. fecha parêntesis.

um dia eu fiz planos sobre onde queria estar em 10 anos. e lá se vão 8 - faltam dois. mas não tenho mais essa esperança. sei que aos 30, se eu estiver em vias de terminar meu mestrado, está de bom tamanho. certa vez ouvi uma frase num filme que diz tudo: "com o passar dos anos, você deixa de ter deadlines". e a gente vai adiando os planos, tentando se virar como pode e com o que a gente tem.

e, opa, mais desce aí mais uma cerveja com os amigos - enquanto isso a gente tenta se divertir como dá e esquecer essa vidinha de merda. é a faculdade que não me deixa colar grau. são as roupas de frio pegando cheiro de guardadas no armário, sendo que já eram pra estar sendo usadas. a passagem aérea que já foi trocada três vezes. o coração que você tem que deixar pra tras se quiser tentar ser alguém na vida - na verdade, dois corações, porque o seu fica aqui também.

a vida é feita de escolhas. e eu pareço ter predileção pelas erradas.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

sobre cafés e cigarros


Ele deu um trago no cigarro como um meio de evitar as palavras. Assim, mantinha a boca ocupada enquanto o outro falava. E a cada frase que chegava aos seus ouvidos, era impossível não se lembrar das tantas vezes que já havia estado do outro lado. Mais um gole no café quente. Talvez aqueça o frio daquele dia. Talvez a fumaça que saía da xícara pudesse penetrar no outro e fazê-lo mudar de ideia. Mas não, a cada minuto seu café ficava mais frio, e não dava mais conta de protegê-lo dessa sensação desastrosa que é ouvir um “o problema não é com você, é comigo”.

Logo ele, sempre acostumado a ser quem dá a palavra final. Inclusive, veja que ironia, ele já tinha usado essa frase clássica algumas dezenas de vezes. Mas dessa vez, o tom parecia diferente. Não que fosse de fato: a verdade é há uma grande diferença entre dizer e ouvir. Dizer sempre dói menos. E ele desconhecia essa dor. “Bem vindo ao mundo dos de carne e osso” – por um momento pensou ter ouvido alguém dizer.

*

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

provavelmente esta será minha última atualização com 27 anos.

bem vinda, idade nova!

só não me traga rugas, ainda.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

sobre aquilo que todos precisam



"Ao final do dia, quando tudo termina, tudo que a gente mais quer é estar perto de alguém. Então essa coisa onde a gente mantém distância e finge não se importar com os outros é geralmente uma besteirada. Então nós escolhemos aqueles que queremos permanecer próximos e, uma vez que escolhemos tais pessoas, tendemos a manter contato. Não importa o quanto machuquemos elas, as pessoas que ainda estão contigo ao final do dia são aquelas que se vale a pena manter. E, claro, às vezes próximo pode ser próximo demais.
Mas, às vezes, aquela invasão de espaço pessoal pode ser exatamente aquilo que você precisa."

sábado, 13 de fevereiro de 2010

inferno astral

se tem um período que eu odeio, principalmente porque nem eu me aguento, é o mês que antecede meu aniversário. tenho dó das pessoas que estão perto de mim nesse período. fico extremamente irritado, autocrítico e qualquer palavra mal dita ou olhar atravessado é capaz de me fazer explodir como 100 bombas atômicas.

sabe mulher que tem aquela TPM fodida? então, fico desse jeito, só que por um mês direto. a verdade é que estou me sentindo profundamente sozinho, sem lugar, nem na minha própria casa - onde, mais do que nunca, eu tenho a certeza de que não é a MINHA casa. mas a culpa, no fim disso tudo, é minha. por ser trouxa, às vezes acomodado, perdido. não tenho a menor noção do que vai ser do meu futuro, principalmente no âmbito profissional. e isso me leva a estar sempre fodido, contando trocados pra fazer minhas coisas.

chego nesse momento à conclusão, às vésperas dos meus 28 anos, de que fiz tudo errado, em todos os sentidos. pior: é se dar conta do momento exato quando as coisas começaram a desandar, e não saber como fazer pra começar a consertar tantos anos de cagadas seguidas. por mais que eu me esforce, sinto que tudo tende a dar errado - acredito, inclusive, que sou a maior prova de que a lei de murph existe e não falha nunca.

talvez seja só o inferno astral. mas é que, para minha surpresa, nos últimos dias tudo tem feito muito e nenhum sentido simultaneamente.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

colação de grau - a saga

opa, meu nome é breno, estou prestes a fazer 28 anos e estou desde segunda feira tentando resolver pendências na faculdade para poder colar grau e ir embora de vez pra porto alegre.

bicho, se tem uma coisa que me deixa com a fúria de marimar no corpo é funcionário público que atende mal e com má vontade. fui segunda, data de início da minha peregrinação pela ufes atrás de informações sobre o processo de colação para quem se formou em 2009/2. um rapazinho com cara de bonitinho-mas-ordinário me atende na prograd:

eu: você poderia me informar a data de colação de grau para o curso de comunicação?

rapaz: hummm... deixa eu ver... hummm... olha, ainda não está definida. você tem que verificar com seu coordenador do curso.

eu: hummm... ok.

e eis que saindo de lá, vou pro prédio do meu curso e dou de cara com um papel pregado na porta do departamento informando que a data de colação para o meu curso era dia 05/02. E era dia 02! Ou seja, eu tinha 3 dias pra revirar céus e terra, pedir a equivalências das disciplinas (que eu havia pedido semestre passado, mas descobri no fim do período que a minha solicitação 'sumiu' da secretaria), entrar com pedidos e o caralho-a-quatro. ou seja, fo-deu.

depois de ir essa semana todos os dias, consegui finalmente hoje deixar os papéis necessários na secretaria do curso, e espero pela resposta do coordenador para saber se colo ou não grau amanhã. depender dos outros é foda, e é uma das coisas que eu mais detesto nessa vida.

nego fica facilitando comigo, velho, é que não sabe que eu fiquei acordado até quase 4 da manhã essa noite sem sono algum, pra acordar as 9. pior ainda, estou no meu inferno astral, e nesse período, minha irritação que normalmente já é bem alta, atinge níveis estratosféricos, ainda mais dadas as circunstâncias às quais estou exposto.

se é difícil entrar na faculdade, mais difícil ainda é sair dela. certeza.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

e se tem uma coisa que eu gosto é de fazer planos. mesmo sabendo que, provavelmente, eles vão dar errado e eu vou quebrar a cara. mas só de ter aquela ilusão gostosa e confortante de que, porra, não é possível que desta vez dê errado, vale a tentativa.

*

cansado de vitória, dessa vida mais ou menos. do calor que faz aqui também. porque, francamente, quem pode viver com dignidade com a temperatura que está fazendo, gente?

*

pensando, sei lá, em vender meus bens *que são muitos* e me mandar pra qualquer lugar. tenho milhas aéreas para ida e volta, dependendo do destino, e isso é um perigo, porque estou tentado a fazer uma loucurinha antes dos 30. e, haja vista que não falta tanto para isso, tenho que me apressar.

*

e prevejo que meu inferno astral esse ano vai ser o cão chupando manga. ainda mais nesse calor, o que repito, contribui para a sensação (ou certeza?) de que não levo uma vida minimamente digna e que não há condições de ser feliz nesse país que mais anda parecendo a sucursal do inferno.

a propósito, meu inferno astral começa no fim deste mês e dura até o último dia de fevereiro, que este ano não sei informar se será bissexto, e estou morrendo de preguiça de consultar no *pai dos burros*, também conhecido como google.

e o pior de fazer aniversário logo no início do ano é que tudo vai meio embolado, natal, reveillon, férias, carnaval e aniversário. isso quando o aniversário nao cai no carnaval, e todas as pessoas estão viajando, ou estao bêbadas demais para se lembrarem desta data tão marcante para a história da humanidade.

*

deixa estar.