terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Sobre cactos e xícaras


E no meio da confusão, decidi fazer um café. Cheiro de café novo sempre me deixa feliz. Ainda por cima, acompanhado de um bom queijo minas – estado, aliás, onde nasci e passei grande parte do tempo que me transformou em quem sou hoje. Pois bem, passei o café, lembrei que tinha trazido na mala recém-desfeita um queijo minas. Cortei um pedaço e temperei como gosto: com uma pitada de sal e azeite. Coloquei café na xícara até a metade. Na tevê, um filme sobre prédios e como eles influenciam na forma como as pessoas vivem em grandes cidades. Fui pra sacada, me sentei, uma xícara na mão, um pratinho com queijo picado, e acendi um cigarro. Estava anoitecendo. Eu adoro os fins de tarde em Porto Alegre, a propósito. Na rua, as pessoas passavam a pé, ou dentro de suas carapuças de aço, meio que blindadas. Reparei que os caminhantes usavam fones de ouvido, e isso, de certa forma, também os blindava do exterior.

Enquanto tomava meu café, reparei que a asa da minha xícara tinha exatamente o formato de um coração pela metade.

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Acho os cactos plantas fascinantes. Não exigem muitos cuidados, crescem até nos ambientes mais inóspitos e não precisam tanto assim de água – elemento fundamental à vida, segundo os cientistas – para existir. Pelo contrário, já que são plantas típicas de lugares desérticos. E como são diversos! Existem de todos os tipos e cores, e ainda se arriscam a florescer. São de uma beleza incompreensível a um olhar mais apressado, e não encantam como as frágeis orquídeas. Não perfumam, mas tem uma “aura” de auto suficiência de dar inveja. O mais curioso é que, se cortado, o cacto verte de seu interior exatamente aquilo que mais lhe falta. Tudo isso blindado (novamente) por espinhos.

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Um comentário:

  1. poxa, como senti falta do seus textos!
    humm amo pão de queijo! mas só se comi o original mesmo feitos pela terra mãe quado estive lá em poços d caldas, humm!
    e cacto é algo tão surreal e poético ao mesmo tempo, né? rs


    [puxando a orelha: nunca mais faz isso de novo, viu mocinho?, hunf!]

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